Por Juliana Calsa
Foi na saudosa Águas de Limeira, primeira concessão privada de saneamento no Brasil, que iniciei minha jornada em comunicação corporativa há 15 anos. Jornalista, deixei de entrar na casa das pessoas pela TV e ei a entender que a água, ao chegar na torneira de cada cliente, traz consigo uma série de mensagens. O desafio dessa comunicação, ininterrupta, transparente e essencial como o saneamento, me encantou.
Tem sido uma experiência única conhecer o Brasil real, com toda a sua complexidade e seus extremos. Foram anos de trabalho intenso, em que me deparei com a dura realidade dos que vivem sem saneamento, mas também vivenciei a sensação extasiante de acompanhar a transformação realizada pelo trabalho de milhares de profissionais que atuam no setor.
Acompanhando a evolução deste mercado tenho visto a comunicação ganhar espaço e reconhecimento, vista como área estratégica. Não está facultado a um prestador de serviço ignorar seus clientes. É preciso conversar com as pessoas; é preciso saber ouvi-las; é preciso achar o tom. De que vale instalar as estruturas se ninguém souber como usar?
Porém, a comunicação não se limita ao conjunto de profissionais responsáveis por campanhas, redes sociais e relacionamento com a mídia. Se tornou uma das habilidades mais valorizadas, independentemente da função exercida. Em um mundo hiperconectado, perde quem não se dedica a se comunicar melhor ou não percebe que absolutamente tudo comunica.
A nossa reputação é formada, em grande parte, pelo resultado das nossas entregas e por quanto elas conseguem superar as expectativas. Não há investimento em publicidade ou em qualquer marca que supere uma boa entrega e um bom relacionamento. Contudo, a comunicação pode e deve dar visibilidade para um serviço bem executado.
No saneamento, buscamos mostrar que o resultado do nosso trabalho vai além de água na torneira e da destinação correta do esgoto: a conta paga no fim do mês simboliza a saúde, o desenvolvimento e a qualidade de vida de uma família. Desafiando nossa criatividade, estamos em busca de conexões. Não exatamente como aquelas que ligam casas à rede pública e promovem a expansão do sistema. Nosso trabalho é conectar pessoas, causas e propósitos.
Ainda há muitas pessoas sem saneamento básico no Brasil. Boa parte delas talvez não tenha a dimensão das consequências deste problema. Outras, sequer imaginam o poder de transformação que estes serviços podem promover. Precisamos chamá-las para conversar.