Inaugurada em abril, a última Estação de Tratamento de Esgoto entregue à população em Niterói representa uma grande inovação tecnológica proporcionada pela iniciativa privada no saneamento.
Idealizada pela concessionária Águas de Niterói, a ETE Maria Paula utiliza um sistema de tratamento “empilhado”, de forma que um módulo de tratamento fica em cima do outro. Para a correta separação das zonas no tanque, foi utilizado material-e para a adesão dos microrganismos. “A grande inovação da ETE Maria Paula está nessa combinação”, explica André Lermontov, superintendente do Grupo Águas do Brasil.
Segundo André, o fato de a ETE Maria Paula possuir uma área reduzida motivou o desenvolvimento e a seleção dessa tecnologia. A estação de tratamento possui como princípio de tratamento os processos com biofilme, onde os micro-organismos responsáveis por tratar o esgoto ficam / Tecnologia Combinação inovadora aderidos a um material e. Há duas zonas de tratamento: a primeira, que recebe os efluentes domésticos, é a anaeróbia onde não existe presença de oxigênio, e a segunda é uma zona aeróbia, na qual ejetores transferem ar para o meio líquido.
“O maior diferencial desse tipo de estação está na área reduzida que ela ocupa, permitindo a implantação de unidades de altas capacidades em terrenos pequenos”, ressalta André.
Outro benefício está na baixa necessidade de operação, podendo a ETE ser controlada quase que remotamente, pois o processo com biofilme possui uma boa estabilidade e produz um efluente de qualidade. Além disso, como a ETE possui uma altura elevada, foi possível utilizar equipamentos para aeração mais eficientes, reduzindo o custo de energia.
Como a ETE foi projetada para ser verticalizada, isso permitiu a aplicação de ejetores de ar, em substituição aos convencionais difusores, que, além de apresentarem uma maior capacidade de transferir oxigênio, são mais eficientes do ponto de vista energético. Outra particularidade é o tipo de material-e, que difere das peças plásticas usualmente empregadas em reatores de biofilme. No caso, ele é composto por um material esponjoso, cuja patente é da empresa Bioproj®, de maneira que os microrganismos se entranham e criam suas colônias.
Da forma que foi implantada, a tecnologia pode ser considerada inédita no Brasil. Para tanto, em 2011, o Grupo Águas do Brasil iniciou uma parceria com a Bioproj® para o emprego do material-e, que foi testado em estações piloto, até chegar na atual concepção. “Graças ao sucesso da implantação e dos resultados da ETE Maria Paula, já existem outros projetos contratados para implantações em outras concessionárias do Grupo”, completa André.