A Análise Conjuntural número 07, elaborada pela ABCON SINDCON, aborda o tema Impactos Econômicos da Universalização em Alagoas.
A seguir, você pode baixar o estudo completo e a apresentação em PDF.
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Confira também a apresentação – Impactos Econômicos da Universalização em Alagoas 116v6f
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1. Resumo Executivo 2d4h5m
Os projetos regionalizados de saneamento são uma relevante oportunidade para a atração de investimentos e viabilização da universalização dos serviços de água e esgoto.
Em Alagoas, cerca de 767,5 mil pessoas não possuem o ao serviço de abastecimento de água e apenas 22,9% da população têm o seu esgoto coletado. Buscando transformar essa realidade, o governo alagoano, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), elaborou os projetos de concessões dos serviços de água e esgoto no estado.
Ao todo, são 74 municípios (73% do total) divididos nos blocos A, B e C, e mais de 2,6 milhões de pessoas beneficiadas (76% da população). Já nos primeiros 12 anos de concessão, serão investidos R$ 4,9 bilhões e, ao longo de todo o projeto, o total investido chegará a R$ 5,5 bilhões. Além disso, a outorga total obtida nos leilões foi de R$ 3,6 bilhões.
Investir em saneamento gera uma série de benefícios para a sociedade do ponto de vista ambiental e social. É relevante considerar também o impacto econômico do setor via estímulo de uma ampla e capilar cadeia de fornecedores, com geração de empregos e renda.
Para o Estado de Alagoas, os investimentos realizados irão trazer ganhos econômicos significativos:
Além dos benefícios diretos para toda a região de Alagoas, os setores chaves da cadeia de investimento do saneamento terão maior oportunidade de crescimento e geração de empregos.
Os 28 municípios que não integraram os projetos concedidos irão compor o Bloco D em estruturação pelo BNDES e com previsão de licitação em 2024, beneficiando todo o estado de Alagoas.
O caso alagoano se torna um benchmark para os demais estados brasileiros na trajetória para o alcance da universalização. A modelagem regionalizada é um dos pilares do Novo Marco do Saneamento (Lei 11.445/2007) no esforço de ganhar escala na prestação de serviço, incrementar os investimentos no setor e viabilizar a universalização.
2. Introdução 5c4s46
Os impactos sociais dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário sobre a qualidade de vida das pessoas e no meio ambiente são de amplo conhecimento da sociedade. Além disso, há também o impacto econômico do setor sobre a cadeia produtiva, com a geração de empregos e renda, que precisa ser melhor avaliado para mensurarmos com mais precisão todos os seus benefícios.
Apesar de sua incontestável importância, o Brasil apresenta uma prestação deficitária desses serviços. De acordo com Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), mais de 33 milhões de brasileiros não possuem o ao abastecimento de água, e apenas 55% da população tem o seu esgoto coletado. Em alguns estados, essa realidade é bem mais alarmante.
Situando-se abaixo da média nacional, os serviços de saneamento básico em Alagoas ainda estão longe da tão almejada universalização. Cerca de 24% da população não está conectada à rede de abastecimento, e 77% dos alagoanos não possuem o ao serviço de esgotamento sanitário.
Apesar da demanda urgente pela expansão do atendimento, Alagoas apresenta um volume baixo de investimentos. Em 2020, foram investidos apenas R$ 35,6 milhões, sendo que para universalizar o o ao saneamento no estado seria necessário investir R$ 8,1 bilhões até 2033. No entanto, caso mantivesse o ritmo de investimentos realizados nos últimos 10 anos, Alagoas investiria apenas R$ 519,6 milhões nesse mesmo período, ou seja, apenas 6,4% do total necessário.
Com o objetivo de atrair mais investimentos e universalizar o saneamento básico no estado, o governo elaborou os projetos de concessões para os serviços de água e esgoto, por meio de modelagem feita pelo BNDES, que dividiu Alagoas em três blocos: A, B e C. O projeto contempla 74 municípios (73% do total) e irá beneficiar mais de 2,6 milhões pessoas (76% da população).
Distribuição dos municípios por bloco
Fonte: Elaboração própria com base nos documentos referenciais da licitação.
Municípios beneficiados por bloco (n° de municípios)
Fonte: Elaboração própria com base nos documentos referenciais da licitação.
População beneficiada por bloco (milhões de pessoas)
Fonte: Elaboração própria com base nos documentos referenciais da licitação.
De acordo com os estudos elaborados pelo BNDES, ao longo de 35 anos serão investidos R$ 5,5 bilhões, sendo R$ 4,9 bilhões já nos próximos 12 anos. Até 2033, prazo final para a universalização no Brasil, as 74 cidades beneficiadas terão, em média, índices de atendimento de água de 99% e de esgotamento sanitário de 90%.
A prestação regionalizada é um dos pilares do Novo Marco Legal do Saneamento e tem como objetivo gerar ganhos de escala e garantir a viabilidade técnica e econômico-financeira para que as metas previstas na legislação possam ser alcançadas.
O sucesso desse modelo é observado pelos resultados dos leilões:
Mais do que mudar a realidade do saneamento em Alagoas, trazendo melhorias diretas sobre a qualidade de vida da população por meio de uma prestação adequada desses serviços, os investimentos terão efeitos significativos sobre a economia do estado.
Com o objetivo de mensurar todos esses impactos econômicos da universalização, a Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON SINDCON) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizaram conjuntamente uma análise econômica robusta, que será apresentada ao longo deste trabalho.
3. Metodologia 262y3y
Este estudo foi elaborado com os resultados obtidos do modelo de Equilíbrio Geral Computável (EGC) dinâmico TERM-UF ajustado pela ABCON SINDCON e CNI. O TERM-UF foi desenvolvido no âmbito do programa de Modernização da Economia e Ampliação Qualificada da Inserção Comercial Brasileira da Secretaria do Desenvolvimento da Infraestrutura (SDI) do Ministério da Economia (ME) do Brasil, sob cooperação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O modelo segue a estrutura e formulação do modelo TERM (Horridge et al., 2005), adaptado para a forma dinâmica desenvolvida por Rimmer (1998; 2002).
3.1 Descrição simples da estrutura teórica do modelo 4yk49
Assim como os demais modelos de EGC, o TERM-UF é composto por blocos de equações que determinam relações entre os atores da economia, de acordo com hipóteses de otimização e condições de equilíbrio de mercado.
3.1.1 As empresas: 2o2uw
As empresas de cada setor produzem seus produtos e decidem vender no próprio estado em que ocorreu a produção, em outros estados brasileiros ou exportar para o exterior. Os níveis iniciais de destinação da produção se encontram na base de dados. Eles se alteram de acordo com as diferenças entre os preços pagos pelos consumidores em cada um desses destinos e as elasticidades, que determinam para cada setor a sensibilidade de alteração do destino do produto aos diferenciais de preços. Uma empresa de sapatos, por exemplo, tem muito mais facilidade em deslocar sua produção para outros estados que paguem mais ou para o exterior que uma empresa de caixas d’água, que enfrenta custos de transporte muito mais elevados pela característica de seus produtos.
Para produzir, as empresas compram bens e serviços dos demais setores, o que é considerado como consumo intermediário, e utilizam os fatores de produção trabalho, capital e terra.
A proporção de consumo intermediário de cada setor é considerada fixa, pois não é fácil alterar a composição dos produtos, mas cada setor tem a opção de selecionar seus insumos de fontes de diferentes: do próprio estado, de outro estado do país ou de outro país, com importações. A composição inicial de origem dos bens e serviços consumidos vem da base de dados, e as alterações seguem os diferenciais de preços, de acordo com as elasticidades, que representam a facilidade de trocar a origem de cada um dos insumos.
Entre os fatores de produção, se considera que há substituição. Assim, o nível inicial de uso de trabalho, capital e terra é definido pela base de dados e as variações ocorrerão dependendo do diferencial de preços entre os fatores e da elasticidade de substituição dos fatores de produção, que depende das características do setor.
Estrutura da função de produção
Fonte: Ministério da Economia
O estoque de capital no modelo é determinado pelo estoque de capital do período anterior, subtraída a depreciação e adicionado o investimento. A taxa de depreciação é determinada para cada um dos setores na base de dados. Assim, para manter o seu nível de capital, os setores precisam investir o suficiente para compensar a depreciação, e para expandir seu capital, precisam investir um valor superior à depreciação.
Esse é um dos mecanismos dinâmicos do modelo, dado que a decisão de investimento das empresas seguirá a remuneração do capital. Se há uma demanda grande pelos produtos, as empresas tentarão produzir mais. Dado que há uma limitação na quantidade de capital no curto prazo e há um limite para a capacidade de substituição entre capital e trabalho, a demanda por capital aumenta, elevando a remuneração do capital. Isso sinaliza para as empresas que é necessário elevar seu investimento para aumentar a quantidade de capital disponível nos períodos seguintes.
Demanda por investimento
Fonte: Ministério da Economia
3.1.2 As famílias: 1o2p3q
As famílias consomem bens e serviços. O modelo considera que há um nível mínimo de consumo das famílias para cada um dos produtos, considerado como nível de subsistência, que independe das variações na renda. A partir desse nível mínimo, o consumo dos produtos varia de acordo com a renda das famílias. Quando a renda cresce, o consumo dos produtos e serviços aumenta. Quando a renda cai, o consumo dos produtos e serviços cai. As famílias também escolhem a origem dos produtos que consomem, que podem vir do próprio estado, de outros estados ou de importações. O que define a origem dos produtos é o nível inicial determinado na base de dados e a sensibilidade das famílias aos diferenciais de preços para cada um dos produtos, refletidas em elasticidades.
A renda das famílias é determinada por uma combinação entre o emprego e o salário real. O modelo considera que, no curto prazo, o salário real não se altera, de modo que todo o ajuste no mercado de trabalho é realizado via variações no emprego. Ao longo do tempo, o salário real vai respondendo às alterações na demanda por trabalhadores, e o impacto vai deixando de ser sobre o nível de emprego e ando a ser sobre o salário real. Por exemplo, um setor tem uma queda inesperada de demanda. Como ele não consegue reduzir o salário real dos trabalhadores, devido à legislação trabalhista, sua alternativa para reduzir o custo de produção diante da redução de receitas é reduzir o número de trabalhadores. Se essa situação persiste, ele pode ir concedendo aumentos inferiores à inflação e eventualmente até recontratar o número de trabalhadores inicial. Esse é outro mecanismo dinâmico do modelo, que promove um ajuste ao longo do tempo em resposta a uma mudança econômica.
Estrutura da demanda das famílias
Fonte: Ministério da Economia
3.1.3 O governo: 4j762
O governo cobra tributos indiretos sobre as transações econômicas e tributos diretos dos setores da economia. Ele também provê serviços públicos, sendo representado, por exemplo, pelos setores de educação pública e saúde pública. Adicionalmente, o governo também apresenta consumo de produtos finais, como vacinas, alimentos, etc.
Esse modelo não possui fechamento para as contas públicas, de modo que pode haver uma situação de aumento de arrecadação tributária sem aumento proporcional dos gastos do governo ou de redução da arrecadação tributária sem redução proporcional dos gastos do governo. Essa hipótese foi adotada para considerar a margem de aumento ou redução do endividamento público.
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3.1.4 O setor externo: 4j6n2j
O setor externo, ou os demais países do mundo, consomem as exportações brasileiras. O nível inicial de exportações de cada setor em cada região é determinado na base de dados e varia conforme o preço dos produtos e a sensibilidade das exportações a essas variações de preços. Dado o nível de competição do mercado internacional, para os bens comercializáveis internacionalmente, considera-se que essa sensibilidade é alta, de modo que se ganha mercado mais que proporcionalmente a uma redução no preço dos produtos e se perde exportações mais que proporcionalmente a um aumento no preço dos produtos.
O setor externo também é fornecedor de produtos importados para a economia brasileira. O nível inicial de importações é determinado na base de dados e as variações ocorrem de acordo com uma sensibilidade de cada tipo de consumidor aos diferenciais de preços entre os produtos domésticos e importados.
3.2 Descrição da base de dados do modelo n6x1q
Os dados que alimentam o modelo são provenientes de informações reais da economia brasileira e tem como principais fontes a Matriz Insumo-Produto (MIP) de 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as Contas Regionais do IBGE para 2015, as pesquisas setoriais anuais de indústria, serviços e comércio, do IBGE, e dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Previdência
Os dados estão especificados para todas as Unidades da Federação, e consideram 124 produtos e setores de atividade.
O objetivo principal do TERM-UF é fazer uma análise dinâmica dos impactos dos investimentos em infraestrutura nos estados brasileiros e nos mais de 124 setores que o compõem.
Em uma simulação, são construídos dois cenários: o cenário base e o cenário policy. Sendo a única diferença entre eles a intervenção que pretendemos analisar, e o desvio entre esses cenários é justamente o impacto da política estudada.
Cenário de Referência X Cenário de Política
Fonte: Ministério da Economia adaptado.
3.2.1 Ajustes 5w1s4q
Para aprimorar ainda mais o modelo nas análises sobre os investimentos em saneamento, foram realizados uma série de ajustes nas variáveis do setor de saneamento em Alagoas:
- A elasticidade de substituição entre saneamento doméstico e importado e entre estados foram zeradas, já que não é possível a importação e exportação do serviço de saneamento entre estados ou países;
- A elasticidade de substituição entre capital e trabalho no setor de saneamento também foi alterada de 0,5 para 0,1; tornando-se mais inelástica, refletindo melhor a dificuldade de substituição entre capital de trabalho no setor;
- A taxa de depreciação de 8% foi reduzida para 2,27%, conforme estimado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o setor de saneamento possui uma estrutura de capital muito baseada em construção, que deprecia mais lentamente, em detrimento de máquinas e equipamentos, que se depreciam de forma mais acelerada;
- O valor do investimento em saneamento nos estados foi alterado de acordo com o verificado no SNIS de 2015, ano base da calibração do modelo;
- Os produtos de investimento de saneamento também foram ajustados, conforme a demanda do setor em cada unidade da federação para a universalização dos serviços, conforme estudo elaborado pela ABCON SINDCON em parceria com a KPMG.
- Para otimizar o processo das simulações aqui apresentadas e facilitar a análise dos resultados, foram feitas novas agregações regionais e setoriais:
- 6 regiões: Alagoas, Restante do Nordeste, Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Sul.
- 34 setores e produtos: agropecuária; minerais não-metálicos; petróleo e gás natural; minerais metálicos; outros da indústria da transformação; produtos de madeira; derivados do petróleo e biocombustíveis; produtos químicos inorgânicos; outros produtos químicos; produtos químicos orgânicos; resinas, fibras e elastômetros; produtos químicos diversos; tinta, verniz e esmaltes; borracha e plástico; cimento; artigos de cimento; vidro e cerâmica; metalurgia; produtos metálicos; componentes elétricos; máquinas e equipamentos de informática; máquinas e materiais elétricos; máquinas e equipamentos; equipamentos de transporte; manutenção e reparação; energia; saneamento; construção; comércio; transportes; outros serviços; desenvolvimento de sistema e outros; instituições financeiras e seguros; e serviços de investimento.
3.3 Simulações 5m28e
Com o objetivo de analisarmos os impactos econômicos da universalização em Alagoas, foram realizadas duas simulações. A primeira simulação é composta pelos choques de investimento, consumo e redução de perdas; e a segunda simulação considera também um aumento na Produtividade Total dos Fatores (PTF) de Alagoas, decorrente do aumento dos recursos disponíveis e do crescimento e desenvolvimento potencial do estado, com a universalização do saneamento.
- Simulação 1:
– Investimento: considera o valor de investimento a ser realizado ano a ano conforme os Estudos de Viabilidade Técnica;
– Consumo: dado com base no aumento de economias ativas previstas nos documentos dos projetos de concessão;
– Redução de perdas: aumento na produtividade do setor mensurado pela redução do nível de perdas.
- Simulação 2:
– Investimento;
– Consumo;
– Redução de perdas;
– Produtividade total dos fatores: considera o aumento na PTF previsto pelo IPEA, disponível no Relatório do modelo divulgado pela SDI, ponderado pelo investimento realizado no Alagoas da simulação feita pelo governo, em relação ao investimento adicional na infraestrutura do estado que pode ser desempenhado com a universalização.
Na construção da trajetória do setor de saneamento do cenário base, foi utilizado o histórico observado no estado nos últimos 10 anos, de acordo com o SNIS. Desse modo, consideramos que o o aos serviços de saneamento e o investimento realizado no setor seguiria o mesmo ritmo que vinha seguindo dentro do estado. Ou seja, os resultados encontrados mostram os efeitos decorrentes do esforço para a universalização.
3.4 Ressalvas 5e6w4k
Antes de apresentar os números obtidos é necessário fazer algumas ressalvas a respeito dos resultados.
Apesar de gerar um aumento imediato positivo na demanda dos setores acionados para investimento, tal choque irá gerar também um deslocamento dos recursos do resto do Brasil para o estado de Alagoas, bem como dos demais setores para aqueles que foram diretamente acionados. No entanto, com a geração de empregos e estímulo da própria cadeia produtiva, os outros estados e setores também serão demandados posteriormente, gerando um saldo positivo a longo prazo e sobre a economia total6.
Além disso, é válido ressaltar também que o impacto ao longo da cadeia produtiva é decrescente. Por exemplo, o aumento na construção será bem maior do que na indústria de artigos de cimentos e este por sua vez também será maior do que a variação da produção da indústria de cimento, conforme mostra o gráfico abaixo:
Variação acumulada da produção setorial em relação ao cenário base (%)
Fonte: Elaboração própria com os resultados do modelo TERM-UF do ME com dados do SNIS, IPEA e estudos dos projetos de concessão.
Desse modo, podemos ver que o impacto será dispersado em menor escala por todos os setores da economia do estado. É importante ressaltar também que parte dos bens e serviços necessários para atender o aumento na demanda do setor de saneamento em Alagoas será proveniente de outros estados. No entanto, o crescimento do mercado de determinados insumos pode atuar como um fator de fomento para o desenvolvimento e crescimentos dessas indústrias dentro do Estado.
4. Resultados 4755d
4.1 Simulação 75l68
Ao consideramos os efeitos diretos dos investimentos necessários para a universalização, o ganho adicional do Produto Interno Bruto alagoano será de R$ 976,6 milhões ao longo dos próximos de 12 anos.
Evolução do PIB – Simulação 1
Fonte: Elaboração própria com os resultados do modelo TERM-UF do ME com dados do SNIS, IPEA e estudos dos projetos de concessão.
Além disso, para que seja possível a construção de todas as obras necessárias para a ampliação do sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, haverá a criação de mais de 6,9 mil postos de trabalho.
Postos de trabalho criados – Simulação 1
Fonte: Elaboração própria com os resultados do modelo TERM-UF do ME com dados do SNIS, IPEA, RAIS e estudos dos projetos de concessão.
Conforme demonstrados nos gráficos acima, é possível ver uma desaceleração do crescimento tanto do PIB, quanto do número de trabalhos. Isto ocorre porque o fluxo de investimento dos projetos é expressivamente maior nos primeiros 5 anos, tendo uma diminuição após 2026. Entretanto, é importante ressaltarmos que após a finalização da construção das obras, tanto os trabalhadores como os recursos da economia serão realocados para os demais setores, gerando um efeito positivo, transformador e duradouro para o estado de Alagoas.
Os setores que mais fornecem bens de investimento para o setor de saneamento são da construção civil, serviços de investimento e máquinas e equipamentos mecânicos e elétricos, e por isso, essas indústrias e parte da sua cadeia produtiva terão um crescimento significativo com a expansão dos serviços.
Aumento na produção e criação de postos de trabalho por setor
Fonte: Elaboração própria com os resultados do modelo TERM-UF do ME com dados do SNIS, IPEA, RAIS e estudos dos projetos de concessão.
Além do ganho mostrado para diversas indústrias do estado, cabe destacar que toda essa movimentação na economia irá gerar também ganhos diretos para a istração pública. De acordo com os resultados obtidos pela simulação feita com o modelo TERM-UF, a universalização dos serviços irá proporcionar um ganho de R$ 382,8 milhões nas receitas municipais e cerca de R$ 607,4 milhões nas receitas estaduais.
4.2 Simulação 2 5l5761
Já na segunda simulação, em que foram incorporados os ganhos de produtividade decorrentes do crescimento e desenvolvimento potencial do estado, os resultados poderão ser ainda mais positivos. O ganho no PIB poderá ser de até R$ 3,04 bilhões, e os postos de trabalho criados poderão chegar a 14,5 mil.
Evolução do PIB – Simulação 2
Fonte: Elaboração própria com os resultados do modelo TERM-UF do ME com dados do SNIS, IPEA, RAIS e estudos dos projetos de concessão.
Postos de trabalho criados – Simulação 2
Fonte: Elaboração própria com os resultados do modelo TERM-UF do ME com dados do SNIS, IPEA, RAIS e estudos dos projetos de concessão
Além disso, os ganhos setoriais também serão ainda mais significativos:
Aumento na produção e criação de postos de trabalho por setor
Fonte: Elaboração própria com os resultados do modelo TERM-UF do ME com dados do SNIS, IPEA e estudos dos projetos de concessão.
Do mesmo modo, o efeito sobre as receitas públicas poderá chegar a R$ 404,0 milhões no caso das municipais e R$ 658,3 milhões para as estaduais.
Cabe destacar que os ganhos potenciais oriundos da produtividade irão depender de como o volume adicional de recursos serão empregados dentro do estado. Por exemplo, os R$ 3,6 bilhões de outorga pagos pelas concessionárias podem ser reinvestidos de forma a ampliar a capacidade produtiva do estado, com mais infraestrutura e educação, gerando ainda mais desenvolvimento e crescimento.
O saneamento básico por si só é um agente transformador para a economia e qualidade de vida da população. No entanto, é também um setor que poderá trazer ainda mais oportunidades para o estado, dado o grande volume de recursos que irá movimentar, seja por meio das outorgas, como também dos mais de R$ 5,5 bilhões de investimentos previstos e os serviços necessários para atender 2,6 milhões de pessoas.
5. Conclusão 13552x
Além de levar o abastecimento de água e esgotamento sanitário para mais de 2,6 milhões de pessoas no Alagoas, os projetos de concessão poderão gerar 14,5 mil postos de trabalho e um ganho de R$ 3,04 bilhões, no PIB do estado. Os setores da construção, de serviços de investimentos e de máquinas e equipamentos serão os mais beneficiados com o aumento dos investimentos em saneamento, no entanto, os ganhos econômicos irão repercutir por toda a economia alagoana.
O sucesso dos projetos é resultado da robusta estruturação desenvolvida pelo BNDES, com o devido apoio dos Governos Estadual e Municipais. O caso alagoano se torna um benchmark para os demais estados brasileiros na trajetória para o alcance da universalização.
6. Referências 1j6p2a
ABCON SINDCON – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS CONCESSIONÁRIAS PRIVADAS DESERVIÇOS PÚBLICOS DE ÁGUA E ESGOTO e KPMG. Quanto custa universalizar o saneamento no Brasil? 2020.
ALAGOAS. Concorrência Pública Internacional nº 002/2021 CASAL/AL – Unidades Regionais de Saneamento – Bloco B e Bloco. Concessão da Prestação Regionalizada dos Serviços Públicos de Fornecimento de Água e Esgotamento Sanitário das Unidades Regionais de Saneamento Bloco B – Agreste Sertão e Bloco C – da Zona da Mata Litoral Norte de Alagoas. Alagoas: Secretaria de Estado da Infraestrutura, 13 de setembro de 2021.
ALAGOAS. Concorrência Pública nº 09/2020 – CASAL/AL – CEL/RMM, Concessão dos Serviços Públicos de Fornecimento de Água e Esgotamento Sanitário da Região Metropolitana de Maceió (RMM). Alagoas: Secretaria de Estado da Infraestrutura, 14 de outubro de 2020.
BRASIL. Lei Federal n° 11.445. Lei do Saneamento Básico, janeiro, 2007.
BRASIL. Lei Federal n° 14.026. Novo Marco Legal do Saneamento Básico, 2020.
DIXON, P. B.; RIMMER, M. T. Dynamic General Equilibrium Modelling for Forecasting and Policy: a practical guide and documentation of MONASH. Amsterdan: Elsevier, 2002.
HORRIDGE, J. M.; MADDEN, J.; WITTWER, G. The Impact of the 2002-2003 Drought on Australia. Journal of Policy Modeling, v. 27, n. 3, p. 285-308, 2005.
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Relatório final descritivo com a metodologia, base de dados, códigos de programação e análise das simulações utilizadas para validação do modelo. Brasília: ago./2020.
SNIS – SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO. SNIS – Série Histórica.
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